Saudade

Difícil falar de sentimento, ainda mais de saudade. O que é sentir saudade? Como podemos sentir falta de alguém? Esse sentimento é bom e ruim, bom porque significa que gostamos de alguém, sentimos falta da presença, queremos sua companhia. Ruim porque saudade às vezes dói e muito, não estar perto da pessoa amada, gera um vazio, um sentimento de falta…

Nos relacionamentos geralmente achamos que “temos” a outra pessoa, difícil não sentir certo sentimento de posse, mesmo sabendo que ninguém é dono de ninguém. Por que será que geramos esse sentimento? Se mal conseguimos trabalhar nossos medos, desejos e angústias, como trazer para nossa responsabilidade a vida de alguém a ponto de nos acharmos “donos” da outra pessoa, que louco isso, não?

Entendo que ai começa o termino de um relacionamento, esse sentimento de posse geralmente cria o ciúme, um pouco até faz bem, porque demonstra um sentimento de afeição entre as pessoas, mas nada que seja demasiado e limitador.

Um relacionamento deve ser para agregar algo em nossa vida, tornar ela mais alegre do que já é, se colocamos limitações na vida do amado, estamos privando ele de sua vida, de seus desejos e objetivos, vamos torná-lo dessa forma infeliz, é isso o que desejamos?

Quando estou com alguém quero que a pessoa esteja realizada, tenha sua vida própria, para que possamos partilhar suas conquistas e derrotas, o relacionamento não pode ser o sentido da vida, pode sim reforçar, realçar o prazer de viver, mas não se tornar o sentido de nossa existência.

Somos únicos, completos, perfeitos, cada um na sua característica e complexidade, não precisamos de nada, nem ninguém para sermos felizes, mas um amor que venha para agregar, potencializar nossa vida, sempre será bem vindo, então por que não se entregar, viver esse amor? Ou você vai ficar com medo de sentir saudade…

Frederico da Luz – 24-01-2011

Obrigado Quaraí!

Obrigado Quaraí! Por ter me acolhido como se tivesse nascido aqui, mesmo nascendo na Capital do Estado. Como sempre digo sou Quaraiense de coração e com muito orgulho. Meu caráter e princípios foram traçados e determinados através da experiência de vida que essa cidade me proporcionou de 1987 a 96, e ainda me proporciona.

Aqui as pessoas se olham nos olhos, a palavra é suficiente, não é necessário um contrato. As pessoas te dão bom dia com alegria, sem segundas intenções. O ritmo de vida é condizente com a natureza humana, não foi contagiada com a corrida enlouquecida pela informação, que os meios de comunicação nos induzem.

Tomar chimarrão na frente de casa ao entardecer, confraternizando com vizinhos e amigos… Que saudade tenho de Quaraí! Da liberdade que tinha nos meus tempos de “guri” onde saia de casa sem preocupação com assalto, violência… O máximo que aconteceria era dar uma “peliada” em alguma pelada mal resolvida, mas no outro dia já estaríamos abraçados confraternizando e dando risada com o adversário, que na verdade era mais um amigo.

Nostálgico escrever este texto, um filme passa em minha memória. Acordar cedo para ir a escola era uma complicação, não raro aparecia no meio da manhã, pedindo para entrar na sala de aula. A tarde era para jogar bola, não importava o lugar, no colégio, na AABB, no Viveiro, o negócio era jogar, uma maravilha aquela vida.

Mas infelizmente, na verdade, felizmente o tempo passa, a gente cresce, amadurece e tudo o que passou nos transforma na pessoa que somos hoje, nada mais que os retratos das experiências que tivemos do momento que nascemos até o dia atual. Podemos encarar elas da forma que queremos, tornando algo bom e crescendo, ou algo ruim e lamentando, qual sua opção? Estamos em constante transformação e crescimento, ou seja, estamos mudando a cada dia, você queira ou não.

Essa mudança pode ser positiva, ou negativa a decisão é única e exclusivamente sua, não continue fugindo dessa responsabilidade, ninguém pode resolver isso além de você mesmo, não dá pra pedir para a mamãe, papai, namorado, marido, ou quem quer que seja, para realmente ser verdadeira a mudança tem que partir da gente. Temos que querer, ou seguir com a vida que estamos levando, se estás feliz assim, para quê mudar? No entanto, estás feliz mesmo?

Esse texto era para ser apenas um agradecimento, mas não consigo deixar de dar um “cutucadinha” desculpem, não controlo. Obrigado, Quaraienses por participar de minha vida dessa forma, tenho muito orgulho dessa terra, de gente que é gente.

Frederico da Luz – 18-12-2011