Você já pensou porque ama alguém? Existe explicação lógica para isso?
Confesso que não consigo explicar. Entendo que isso faz parte do campo em que a razão não consegue nos ajudar. No entanto, onde está o Amor, como podemos visualizá-lo, mensurá-lo de alguma forma?
Conversando com meu psicólogo, ele citou:
– O amor está na falta.
Pensei eu, na falta?
Conversamos sobre o assunto e acho que entendi o que ele quis dizer. Quando amamos alguém, necessariamente, queremos que haja alguma forma de reciprocidade, ou seja, queremos também nos sentir amado. As pessoas são diferentes, logo, as formas de expressar o amor também o são, no entanto, normalmente queremos visualizar no outro as formas de expressar esse sentimento, tendo como parâmetro a nossa forma de se expressar.
Algumas pessoas têm dificuldade de demonstrar afeto, ou carinho e as expressam de formas mais estranhas possíveis. Tenho um familiar, que gosto muito, que ele demonstra amor instigando, brigando, implicando. Eu sei, porque conheço ele, de fora, no entanto, as pessoas podem visualizar isso de outra forma.
Eu tinha grande dificuldade de dizer um simples eu te amo para o meu Pai e minha Mãe. Mesmo sabendo que esse sentimento existe e é fato, expressar isso em palavras, para mim não é algo tão simples, não sei explicar o porquê disso, hoje eu até falo, mas não com a periodicidade que gostaria. Você já disse ao seu Pai ou a sua Mãe o quanto você ama eles?
Voltando a questão da falta, no amor sempre a algo que buscamos no “outro”, alguma coisa que queremos, ai esta a falta. Talvez o que você realmente ame no outro é isso que você não consegue obter dele, a “falta” seria o combustível do amor?
Nunca tinha refletido sobre isso, mas confesso que há coerência nesta afirmação. Você esta totalmente satisfeito com seu amado(a)? Ou você sente falta de algo? Seja uma simples atitude, um carinho a mais, ou um simples bom dia. Na verdade, talvez você deva agradecer por sentir essa falta…
Frederico da Luz – 24-02-2011
Adorei o texto! Sabe que essa dificuldade de dizer aos pais “Eu te amo”, também tive e tenho. Quando nos tornamos pais, essa dificuldade desaparece… e dizemos mil vezes essa frase ao nosso filho. Um dia entenderás o que estou dizendo. Um beijo. Prof. Sandra
Oi Frederico
Realmente devemos respeitar o modo como as pessoas que amamos manifestem esse sentimento. Eu sempre falo e demonstro o que sinto para meus familiares e amigos. Mas confesso que as vezes sinto “falta” de ouvir um eu te amo, eu gosto de você da minha gente. E por falar nisso fica aqui minha manifestação de carinho. Eu gosto de você como se fosse um filho.Engraçado não? Com você nem tenho convivência física e sim mais virtual. Beijos e fica com Deus.
O ser humano é estruturalmente FALTANTE. Belo texto.
Perfeito!!!
Era o texto que eu necessitava neste momento!
É bem isso, certas vezes “buscamos” no parceiro aquilo que dele é impossível receber. Cada pessoa tem sua forma da explicitar ou não seus pensamentos, desejos, sentimentos… E a busca pelo entendimento disto se faz necessária nos dias de hoje em qualquer tipo de relação humana. Cada ser tem uma forma de ser e encarar as coisas e isso deve ser sempre respeitado por todos. Não devemos buscar em outrem o que desejamos ser, pensar ou fazer. Devemos respeitar a individualidade de cada um, concordando ou não com ela.
Beijo
Olá Frederico, estou representando não só a minha opinião, mas também a do meu pai Dagoberto Mendes, que no momento encontra-se impossibilitado de ficar sentado por mais de cinco minutos devido a problemas de sáude. Sei do desejo dele em te parabenizar pelas belas palavras que tens escrito na Folha de Quaraí e da grande admiração que ele nutre por toda a tua familia.
Assimque possível, ele mesmo escreverá algumas linhas para expressar o que sentiu ao ler a coluna escrita por ti. Parabéns e sucesso.
Agradeço todos os dias por ter tido a oportunidade de dizer e continuar dizendo que AMO meus pais, é muito importante dizer e fazer hoje, amanhã pode não ser mais possível.
Teu texto fala de mutias faltas. Um verdadeiro texto de desejo – para usar a letra de Roland Barthes, pois não nos deixa acomodados. Ademais, ele me fez pensar na diferença que possa existir entre a falta que sentimos em nós, a qual nós faz sofrer; e a falta que vemos no outro, e que nos faz desejá-lo (ou, talvez fosse melhor dizer, desejá-la). Obrigado, Marcos
Muito bom o texto Fred, concordo quando tu disse que o amor pode estar na falta, acho que um relacionamento nada mais é do que uma constante busca pelo preenchimento.
beijos cunhadinho!