Por estar em casa no horário de almoço, todos os dias me pego assistindo o programa eleitoral das 13:00. Refletindo, necessitei expressar de alguma forma meu pensamento (talvez indignado) em relação às eleições municipais de 2013. Longe de fazer alguma apologia ideológica, a intenção é provocar no mínimo um pensamento reflexivo no leitor.
Os candidatos a uma vaga na câmarase parecem mais com candidatos a milagreiros do que qualquer outra coisa. Desde que me conheço por gente ouço os candidatos prometendo melhorias na saúde, educação, valorização dos professores e apoio ao esporte. Promessas referentes à legalização da maconha e apoio aos animais abandonados são trunfos mais recentes. Nos meus quase 30 anos, vejo algumas mudanças nas cidades, mais prédios, mais ruas, a guarda municipal que cuida do trânsito, alguns shoppings e até alguns postos de saúde a mais. Mudanças em sua maioria de estrutura física, que de certa forma, acompanham o aumento populacional. Infelizmente os problemas reais, como filas na saúde devido à falta de médico, baixos salários aos professores, falta de creches municipais, falta de incentivo para atletas e aos esportes no geral, saneamento básico inexistente e corrupção, estão aí e parecem aumentar na mesma proporção que se multiplicam as pessoas.
Devemos ter a consciência da verdadeira função do vereador, que é legislar em nível municipal, redigir projetos que devam ser votados por todos os componentes da Câmara. Vereador não define nada sozinho, muito menos orçamento pra isso ou aquilo.O vereador é um representante da população que identifica problemas no município e formula projetos para que esses sejam resolvidos, sempre dependendo da aprovação dos outros colegas.
Acredito que as coisas não mudem por dois motivos: o primeiro é a incapacidade da maioria dos vereadores eleitos em legislar, não possuem requisitos intelectuais e também não se “equipam” de pessoas que os auxiliem verdadeiramente. Contratam auxiliares de gabinete sem capacidades técnicas, amigos ou familiares, muitas vezes portroca de favores oriundos do período eleitoral. O segundo motivo pelo qual as cidades permaneçam sempre com as mesmas deficiências é a atitude do eleitor, do povo no geral, que fecha os olhos para a política eleitoral durante 4 anos, e finge que lembra de alguma coisa durante a eleição. Não somos acostumados a cobrar da pessoa na qual votamos. Aliás… você lembra em quem votou na eleição passada?
Alegamos indisponibilidade (pra não dizer preguiça)de “se envolver em política”, e ainda, colocamos a culpa na própria política, na falta de respeito dos que comandam. Sim eles não nos respeitam, mas é justamente por permitirmos. Normalmente votamos em algum amigo, conhecido de parente ou ainda decidimos nosso voto um dia antes da eleição por simples simpatia à proposta e figura do candidato. Dificilmente tomamos conhecimento da vida pregressa do indivíduo, seu trabalho na sociedade ou mesmo conhecemos sua formação intelectual. Não valorizamos nosso voto, acabamos por banalizar esse ato tão importante.
No dia da eleição, ou mesmo antes, tentemos ser mais interessados pela escolha do vereador que receberá nossa confiança. Sabemos que os candidatos não são lá essas coisas, mas observemos que no mínimo dos mínimos as promessas tenham coerência, e que sejam propostas possíveis, compatíveis com a função que irão exercer. Na década de 80 a luta por democracia foi grande, agora, honremos esse direito!
Bom voto!
Mel