
O bronze é uma série de ligas metálicas que tem como base o cobre e o estanho. Proporções variáveis de outros elementos como zinco, alumínio, níquel, fósforo, chumbo, entre outros.
Não se oxida facilmente com o ar e é resistente à corrosão. O bronze é reciclável, podendo ser fundido várias vezes. Ou seja, a durabilidade do bronze é longa, é “eterna”.
A razão de trazer essa breve exposição sobre o bronze está associada ao título.
Cunhei essa expressão “erros em bronze”, ao ler, atentamente, num texto laudatório, em placa de bronze, datada de 1974, na loja de sapatos Eny feminino.
Já no início da mensagem, estava escrito regosijo (sic). Virei para minha mãe que comprava um belo par de botas cobra naja conhaque e disse: “erros em bronze”.
Ela sorriu em júbilo.
Filosofando sobre essa expressão “erros (gravados) em bronze deduzi que são situações que significam repetir erros indefinidamente. Erros que se repetem e que estão sujeitos a lei do carma ou lei de causa e efeito.
Nesse sentido, comportamentos repetitivos costumam gerar reações equivalentes das pessoas afetadas por eles.
Ou seja, se eu não modificar meu padrão de comportamento continuarei a ter a mesma reação por parte das pessoas.
Observe em sua vida, quantos fatos se repetiram em sua história e os resultados foram previsíveis?
E, sem dúvida, existe uma imensa possibilidade de que eles venham a se repetir novamente, pois são consequência de um modelo mental consolidado e cristalizado pelo tempo.
“Modelo mental é o conjunto de imagens, experiências, crenças, medos e tantos outros componentes mentais”. A imagem que fazemos do mundo ao nosso redor, incluindo todos os acontecimentos e as pessoas com que interagimos é uma exclusividade de cada um de nós.
Esse modelo consolidado define meus padrões comportamentais. Eles permanecem por muito tempo, ainda que, às vezes, tenhamos uma vontade racional de modificá-los.
Pois bem, todos já ouvimos a seguinte expressão: “Colherás aquilo que semeastes”.
Se quisermos criar felicidade em nossas vidas, precisamos aprender a semear a felicidade. Se semear a discórdia, colherás discórdia.
De acordo com Deepak Chopra: “quando escolhemos ações que levam a felicidade e sucesso aos outros, o fruto de nosso carma será o mesmo. A lei do carma implica a ação de fazer escolhas conscientes”.
Qual é a atitude correta e adequada para modificar essa postura de erros repetidos?
Primeiro, ser responsável. Assumir os erros por aquilo que fazemos. Não atribuir aos outros e “forças desconhecidas” as nossas escolhas ou responsabilidades.
Segundo, se eu me dou conta de o que faço hoje é exatamente o que farei amanhã, tratarei de cuidar de minhas atitudes. Como diz Chopra: “quando fizer uma opção, pergunte a si mesmo duas coisas: “Quais são as consequências dessa escolha? E “Será que a escolha que estou fazendo vai trazer felicidade para mim e para os que me cercam? Quebre o condicionamento de seus atos; só a inovação traz novas respostas.
Terceiro, devemos ter uma força suficiente para nos levar a uma reflexão lúcida sobre o que fazemos. “Sua intuição é suficiente para lhe indicar o melhor modo de agir”. Preste atenção à sensação de conforto e desconforto em seu corpo. Reavalie profundamente a situação, não se deixe levar por impulso e imprudência. Mantenha o equilíbrio entre a razão e a emoção para tomar qualquer decisão.
Quarto, se cerca de metade do que fazemos no dia a dia deriva de nossos hábitos e não de intenções deliberadas, devemos nos comportar como se nossos atos fossem virar leis universais e ser repetidos por outras pessoas. Essa é a síntese do imperativo categórico de Kant, e é o princípio do comportamento ético que se deseja para os membros de uma sociedade. Colocar-se no lugar dos outros.
Por fim, como diz Shakespeare em seu belo soneto LXV: “se bronze, pedra, terra, mar sem fim estão sob o jugo da mortalidade”, nós, também estamos sob a Fúria implacável do tempo, o jeito é viver com intensidade e responsabilidade.
“Seja testemunha das escolhas que faz a cada momento. A melhor forma de se preparar para qualquer momento do futuro é estar plenamente consciente do presente”.
Resumo
“A cada momento temos acesso a uma infinidade de escolhas. Algumas delas são feitas de forma consciente, outras, não. Infelizmente, muitas de nossas escolhas, por terem sido feitas sem consciência, não nos parecem escolhas – no entanto, são. Em consequência, muitas vezes elas são levadas por pessoas e circunstâncias a resultados previsíveis”.
Autor José Renato Ferraz da Silveira